Relembrando textos dos antigos blogs...
Partimos do início, com os meus diários de bordos, que mostravam minhas descobertas e tudo que veio após tudo isto.
Divirtam-se:
Meu último serviço era meio escravo, o que me dava poucas oportunidades
de férias. Então quando conseguia dez a quinze dias, era fantástico. Lá
estava eu em pleno domingo, querendo usar meu penúltimo dia de férias,
já que na terça-feira eu teria que voltar. Ainda triste pelos
acontecimentos amorosos, convidei meu primo para irmos pegar uma mesinha
no finado barzinho GLS Help.
Mas, encima da hora, meu primo me
deu um cano. Fui eu lá, e peguei meu famoso banquinho em frente ao
balcão, e curti minha assustadora solidão com meu copo de soda. No meio
da noite, senti que estava sendo observado, o que não era novidade
naquele ambiente. Fitei meus olhos na pessoa, e lá estava ele sentado
numa mesa com mais dois amigos. Usava uma blusa listrada, magro e com um
rosto marcante. Ao passar do tempo, conforme nossos olhares se
cruzavam, ele meio que no nervosismo, tirava e colocava a blusa.
Eu
tenho até um pouco de vergonha de dizer, que naquele momento, tive um
grande impulso sexual por aquela pessoa.A noite estava terminando, e via
outras pessoas que estavam junto dele me olhando também, como se
tivessem me observando para dar nota... opinião... ou sei lá o que. Até
que ele foi para fora, e não o tive mais no campo de visão. Do nada ele
reapareceu, e veio em minha direção. Como um bobo eu fiquei meio tremulo
e segurei a respiração, mas para minha decepção, apesar do estar
olhando para minha direção, o filha da mãe passou direto e foi perguntar
algo no caixa. E foi ele embora, para minha amarga solidão.
Fui
meio chateado para casa, achando que não sabia realmente ler os tais
sinais da paquera. Na sexta-feira seguinte, estava eu lá de novo, vi
duas pessoas e achei que uma delas era ele, mas ao olhar atentamente vi
que não era, infelizmente. No sábado, marquei presença e ao chegar já o
vi sentado com os amigos. Dei uma olhadinha e segui para meu banquinho.
Continuávamos a cruzar olhares, e realmente não estava errado sobre os
sinais. Do nada, ele sentou do outro lado do balcão, pediu um
refrigerante (o que já ganhou pontos, por que não era algo alcoólico) e
continuávamos aos nossos olhares incessantes. Até que ele puxou para
cima o banquinho e me ofereceu para sentar.
Na hora fiquei
naquela, já muitos ali me ofereceram lugares e conversas e eu não dei
bola. E aos que dei este espaço, me arrependi muito. Mas ele olhava para
mim, com aquele sorriso em formato de boca de gato. E por impulso, me
levantei e sentei ao seu lado. Muito simpático e falador, me fez senti a
vontade. Acabamos contando muito sobre nós, e no meio da conversa até
troquei seu nome por causa do apelido que seu colega o chamava.
E
ele olhou para mim e se levantou, disse que ia ao banheiro, mas
deixaria a jaqueta branca dele encima do banquinho, pois era cara e eu
não teria coragem de fugir e deixá-la ali. Eu sorri, e o vi
afastar.Voltando do banheiro, trocamos e-mails (era a primeira vez que
dava meu e-mail pessoal para alguém, e não o secundário) e telefones. O
papo fluía perfeitamente, até que ele interrompeu e disse que precisava
ir embora. E eu querendo ficar mais um pouquinho com ele. E ele falou
que nos falariamos.
Ass.: Ray
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